segunda-feira, 14 de junho de 2010

Performance do dia 11/06

Equipada com um microfone de lapela, uma roleta de prêmios, um jogo de amarelinha, uma almofada de carimbo, vários adesivos de identificação e um conjuntinho: blaser e calça azuis à la atendente do magazan iniciei a performance Não diga ALÔ diga BIFURCA.
Uma breve explicação da versão final da performance, a que foi executada: Apresentadora de programa chamava as pessoas que passavam pela praça para participar da "Roleta da Felicidade", para isso o participante teria que jogar uma amarelinha que o traria até um quadrado escrito: programa, se conseguisse chegar lá poderia rodar a roleta de prêmios e ganhar de 50 centavos à um milhão de reais, que seriam depositados na conta do participante até às 14 horas do mesmo dia, para isso o ganhador deixaria no programa sua impressão digital, a mesma usada no seu adesivo de identificação, seu "certificado digital". foram usadas frases de efeito como: NÃO DIGA ALÔ DIGA BIFURCA!; ou TANTOS REAIS BIFURCA A SUA VIDA?! BIFURCA!!!; ou BOM DIA, BOM DIA, BOM DIA, BOM DIA ESPECTADOR, BOM DIA ESPECTADORA; ou VEM PRA CÁ, VEM PRA CÁ, VEM PRA CÁ!; ou CONTA PRA GENTE: O QUE VOCÊ VAI FAZER COM O DINHEIRO?.

Pois bem, saímos da casa da linguagem e começamos as performances na Praça da República por volta das dez e meia da manhã, foi acordado entre os diretores que agiríamos no corredor de mangueiras da Presidente Vargas em frente ao Waldemar Henrique por conta da sombra e maior circulação de pessoas. Iniciei o "Programa" próximo da esquina entre a Riachuelo e a Presidente vargas num espaço vago na calçada entre duas barriquinhas de artesanato, logo senti dificuldade em conseguir participantes para o jogo porque as pessoas passavam uma de cada vez e entendo que se sentiam intimidadas em embarcar sozinhas na brincadeira, senti que seria mais fácil mexer com grupos de pessoas.
O primeiro participante do programa foi um garoto de rua que não me parecia muito lúcido, não sei até agora se ele entendia que o jogo era mentira, foi aí que percebi que isso seria um problema durante toda a performance, porque ao meu ver estava muito claro que aquilo era cena e eu não havia me preocupado tanto até então com a possibilidade das pessoas acreditarem que era um programa de tv e que realmente receberiam o prêmio em dinheiro se girassem aquela roleta, mas foi algo que aconteceu, muitas pessoas tomaram a coisa como verdade e isso me deu um aperto muito grande sempre que acontecia porque a intenção era mesmo jogar com a imaginação das pessoas porque eu acredito que dinheiro é tido como o passaporte da felicidade e que isso mexe com a esperança das pessoas pelo menos no nosso país onde a desigualdade social é imensa e dinheiro realmente é o fator que delimita, distancia, possibilita ou impossibilita uma série de coisas, uma série de caminhos, bifurcações; o que eu não esperava é que esse jogo com a esperança das pessoas pudesse ser em alguma medida cruel. É por isso que eu digo que meu coração apertou diversas vezes, como o exemplo do menino que achou ter encontrado uma chance de ganhar muito dinheiro como que por um milagre, a saída para essa minha primeira saia justa no trabalho foi o garoto girar a roleta e cair o NÃO, que é prêmio nenhum, ele até me pediu para tentar de novo e eu tratei de acabar com o resto de esperança dele dizendo que só se pode jogar uma vez.
Mais tarde Ester me sugeriu que mudasse de lugar e me posicionei bem na esquina logo em frente à faixa de pedestres, à partir de então tudo funcionou melhor, várias pessoas brincaram, deixaram seus depoimentos do que fazer com o dinheiro e seus certificados digitais carimbados no programa; como os estudantes de terapia ocupassional que se ocupavam de pedir dinheiro no sinal para uma viagem à Recife para participar de um congresso estudantil, inclusive afirmaram que o dinheiro ganho na roleta seria destinado à viagem,que aliás foram dois de 1.000.000 de reais.
Depois outro rapaz girou e ganhou 200 reais, que eu prometi que seriam depositados na sua conta do bradesco até 14h daquele mesmo dia, assim que seu certificado digital (impressão digital deixada pelos participantes num papel em branco)caísse no sistema, mais tarde percebi que ele tinha ido até uma das pessoas da "produção" para perguntar sobre o recebimento do dinheiro, no seu depoimento ele contou que gastaria os 200 reais em roupa.
O último participante foi especial, um senhor morador de rua chamado Cosme que andava com ajuda de uma bengala veio até o programa jogar, girou a roleta e ganhou 3.000 reais, no seu depoimento contou o que faria com o dinheiro e mais meia vida, contou da filha que faz faculdade de letras por muito esforço que ele fez por ela, contou que mora na rua e mostrou um pedaço de papelão que ele leva na bolsa que é também a cama onde dorme, reclamou da vizinha que cheira mal e cospe muito, disse que onde ele mora é muito ruim, que é sempre assaltado, que lá só tem aranha, osga e barata, e que sempre joga na Megasena, mas que sabe que não vai ganhar porque "só rico ganha porque tem dinheiro pra jogar várias vezes"; a essa altura do campeonato eu já não sabia mais onde enfiar a cara nem com que voz eu ia dizer que era mentira, que ele não ganhou 3.000 reais e que ele não vai alugar um quarto pra morar, no fim eu disse que era uma brincadeira e ele disse que sabia disso e ainda me perguntou quanto custava. Quanto custava? E aí eu vi que mais dificil era explicar pra ele que não pagava nada, era de graça. Depois fiquei pensando e entendi que aquele senhor foi até mim participar da brincadeira achando que era pago, que ele sendo tão pobre foi até lá pagar pra brincar, brincar de ganhar dinheiro.

Terminamos as performances por volta das 11 e meia, 14 pessoas participaram da minha performance, e eu só posso dizer que o resultado me foi muito interessante porque eu realmente consegui mexer com essas pessoas e seus desejos, eu só não imaginava o quanto isso mexeria comigo e com os meus.

sexta-feira, 4 de junho de 2010

De Estér...


Performance e Teatro:
poéticas e políticas da cena contemporânea1

Eleonora Fabião

Sobre ela, a performance:

Começo por contar histórias.
17 histórias de performances ou 17 cenas verbais:

> Primeira: a história do homem que empurrou um bloco de gelo pelas ruas da Cidade do
México até seu derretimento completo.

> Segunda: A história do homem que introduziu uma boneca Barbie no ânus e, com
controle de sua musculatura anal e abdominal, expeliu-a lentamente na frente de uma
audiência.

> Ou daquele que construiu uma cela de prisão em seu apartamento/studio, trancou-se
nela por um ano (365 dias e noites) e não leu, não falou, não escutou música, não
comunicou-se com ninguém. Contratou alguém para levar-lhe comida bem como um
advogado para testemunhar o feito e guardar a chave. Permitiu visitação pública de três
em três semanas, num total de 18 vezes ao longo do ano.

> A história de outro homem que contratou por 10 dólares/hora um desempregado que
concordou em permanecer 15 dias preso por trás de um muro de tijolos contruído numa
sala de museu. Através de um buraco na altura do chão, o contratado recebia comida.

> Este mesmo homem pagou 4 prostitutas viciadas em heroína para tatuar uma linha
horizontal em suas costas. Colocadas lado à lado, as 4 mulheres formavam uma linha
reta contínua de 1,60 cm de comprimento. Cada uma recebeu pela participação no
1 Uma primeira versão deste texto foi escrita para o livro Cartografias do Ensino de Teatro (org.) Adilson
Florentino e Narciso Telles, editora EDUFU (no prelo).
2 Eleonora Fabião é atriz, performer e teórica da performance. Professora Adjunta do Curso de Direção
Teatral da Escola de Comunicação—UFRJ, é Mestre em História Social da Cultura (PUC – RJ) e Doutora
em Estudos da Performance (New York University – NY) com financiamento CAPES.
2
projeto 67 dólares, o valor correspondente a um shot de heroína. Vale saber que as
mesmas cobram cerca de 17 dólares por felação.

> E aquele outro que convidou amigos para mastigar páginas do célebre livro Art and
Culture de Clement Greenberg, juntou à polpa mastigada ácido sulfúrico, açúcar e
bicarbonato de sódio, depositou a mistura num pote que etiquetou com os dizeres “Art
and Culture” e retornou o objeto à biblioteca da San Martin’s School of Art (perdendo,
nesta ocasião, seu emprego como professor nesta mesma instituição).

> A mulher que tomou o metrô num sábado à noite e foi à uma livraria movimentada
vestida com roupas que havia deixado de molho por uma semana num caldo de vinagre,
leite, óleo de ríceno de bacalhau e ovos.

> Uma mulher que construiu uma miniatura de palco Italiano, tapou os seios nús com a
maquete, e convidou os passantes na rua a tocar-lhe os peitos através das cortinas de
veludo vermelho do pequeno palco.

> A mulher que subiu com os pés descalços uma escada cujos degraus eram facões.

> O homem que armou sua festa de aniversário na rua, partilhou seu bolo, trocou abraços
e recebeu votos de felicidade de desconhecidos.

> A mulher que, no Centro do Rio de Janeiro, colocou frente à frente duas cadeiras de sua
cozinha, descalçou os sapatos, sentou-se, escreveu num cartaz a frase “converso sobre
qualquer assunto” (ou “converso sobre saudade”, “converso sobre política”, “converso
sobre amor”), exibiu-o. E, por sucessivas manhãs, conversou com diversas pessoas sobre
assuntos diversos.

> A mulher que convidou os espectadores a usarem nela, enquanto se manteve passiva
por seis horas, inúmeros objetos, dentre eles uma rosa, uma pistola, uma bala, tesoura,
mel, correntes, caneta, baton, uma câmera polaroid, faca, chicote (os objetos puderam ser
utilizados livremente e a performer, que se definiu como objeto, assumiu plena
responsabilidade pelos atos dos “espectadores” que chegaram a brigar entre si já que
alguns queriam feri-la mortalmente e outros os impediram).

> O homem negro que sentou-se numa calçada cinza, exibiu três vidros de maionese
branca, e tentou vendê-los por 100 dólares cada.

> O mesmo homem sentou-se numa galeria de arte por três dias consecutivos vestindo o
gorro vermelho do Papai Noel branco, para fazer levitar um vidro azul de leite de
3
magnésia. Branco leite este que, como se sabe, ajuda a soltar fezes marrons seja de
homens pretos, brancos, azuis ou amarelos.

> A mulher que, trajando camisolão branco, usou terços de plástico cor-de-rosa-bebê para
realizar desenhos de pênis no chão. (conforme veiculado em sites de notícia na internet:
“Em abril de 2006, esta obra é retirada da exposição Erótica—Os sentidos da arte,
promovida pelo Centro Cultural Banco do Brasil, após denúncia de um empresário que a
interpreta como ofensa ao catolicismo. O grupo Opus Christi pressiona o Banco para que
mantenha a exclusão da obra no próximo destino da exposição, Brasília. O então
Ministro da Cultura, Gilberto Gil, condena o ato de censura. Finalmente, a direção do
Banco do Brasil decide que a exposição não seguiria para Brasília por apresentar ameaças
à marca e aos negócios”.)

> A história da mulher que se submeteu à nove cirurgias plásticas combinando em seu
rosto traços de cinco beldades da pintura ocidental: o nariz de Diana (por ser
insubordinada aos Deuses e aos homens), a fronte de Monalisa (a mulher algo homem), o
queixo de Vênus (a Deusa da Beleza), os olhos de Psyche (referência de vulnerabilidade)
e a boca de Europa (a aventureira).

> A mulher que perguntou a seus compatriotas Palestinos exilados: “se eu pudesse fazer
algo para você, em qualquer lugar na Palestina, o que seria?” E, graças à seu passaporte
norte-americano, cruzou a fronteira inúmeras vezes e atendeu os pedidos que lhe foram
feitos: regar uma planta, pagar uma conta atrasada, comer doce, florir um túmulo, tirar
fotografia, jogar futebol com meninos, cheirar o mar.3

Estas e muitas outras histórias descrevem programas concebidos e performados por
artistas interessados em relacionar corpo, estética e política através de ações. Gosto de
passar essas histórias adiante, de lançá-las sem adjetivação. Penso que estas práticas
alargam, que estes programas oxigenam e dinamizam nossas maneiras de agir e de pensar
ação e arte contemporaneamente.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

nícotina...


Sinopse
As vidas de nove personagens se cruzam em uma única noite nos mais violentos becos da Cidade do México. Diego Luna (E Sua Mãe Também) é o hacker Lolo, que persegue sua vizinha Andrea (Marta Belaustegui) por meio de um monitoramento por computador. Lolo se junta aos bandidos amadores Tomson (Jesús Ochoa) e Nene (Lucas Crespi) em uma negociação com um russo truculento (Norman Sotolongo), envolvendo o acesso a contas bancárias na Suíça por meio do computador. Mas tudo dá errado quando o voyeurismo de Lolo em relação à vizinha tem problemas. Enquanto isso, o irritado farmacêutico Beto (Daniel Giménez Cacho, de Má Educação) e sua mulher Clara (Carmen Madrid) entram acidentalmente na negociação, assim como o barbeiro Goyo (Rafael Inclán) e sua mulher dominadora Carmen (Rosa María Bianchi). Pensando nos diamantes e toda a riqueza em jogo, esses personagens ficam obcecados.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Efeito Borboleta

ficha técnica:

* título original:The Butterfly Effect
* gênero:Ficção
* duração:01 hs 53 min
* ano de lançamento:2004
* site oficial:http://www.butterflyeffectmovie.com/
* estúdio:FilmEngine / Katalyst Films / Bender-Spink Inc. / Blackout Entertainment
* distribuidora:New Line Cinema / Europa Filmes
* direção: Eric Bress , J. Mackye Gruber
* roteiro:Eric Bress e J. Mackye Gruber
* produção:Chris Bender, A.J. Dix, Anthony Rhulen e J.C. Spink
* música:Puddle of Mudd, Staind e Michael Suby
* fotografia:Matthew F. Leonetti
* direção de arte:Shannon Grover e Jeremy Stanbridge
* figurino:Carla Hetland
* edição:Peter Amundson
* efeitos especiais:Command Post Toybox / Healy FX Studios / Schminken Studio Inc.

sinopse:
Evan (Ashton Kutcher) é um jovem que luta para esquecer fatos de sua infância. Para tanto ele decide realizar uma regressão onde volta também fisicamente ao seu corpo de criança, tendo condições de alterar seu próprio passado. Porém ao tentar consertar seus antigos problemas ele termina por criar novos, já que toda mudança que realiza gera consequências em seu futuro.

CORRA LOLA CORRA!!!

Sinopse

Manni (Moritz Bleibtreu), o coletor de uma quadrilha de contrabandistas, esquece no metrô uma sacola com 100.000 marcos. Ele só tem 20 minutos para recuperar o dinheiro ou irá confrontar a ira do seu chefe, Ronnie, um perigoso criminoso. Desesperado, Manni telefona para Lola (Franka Potente), sua namorada, que vê como única solução pedir ajuda para seu pai (Herbert Knaup), que é presidente de um banco. Assim, Lola corre através das ruas de Berlim, sendo apresentados três possíveis finais da louca corrida de Lola para salvar o namorado.
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SMOKING... NO SMOKING...




FRANÇA/ 1993

A partir da peça "INTIMIDADE TROCAS" de Alan Ayckourn

Dirigida por Alan Resnais

Produzida por Bruno péscy e Michel Seydoux

Escrita por Agnés Jaoui e Jean-Pierre Bacri

Estrelado por Pierre Arditi e Sabine Azéma

Edicão de Albert Jugerson